quarta-feira, 24 de outubro de 2007
CASA OCHO AL CUBO
DE CONCRETO E VIDRORESIDÊNCIA DE VERANEIO CELEBRA A LIBERDADE OBTIDA PELO ENCONTRO ENTRE O MATERIAL E O IMATERIALPOR SIMONE SAYEGH FOTOS CRISTOBAL PALMA
Um condomínio residencial em meio a uma extensa área verde desenhada por um paisagista, onde cada casa foi projetada por um grande arquiteto contemporâneo. Assim é o projeto Ocho al Cubo, uma iniciativa da empresa norte-americana Interdesign que reuniu projetos de oito dos melhores arquitetos chilenos e, em uma segunda, etapa irá contar com oito importantes arquitetos estrangeiros, entre eles o japonês Toyo Ito, o chileno-francês Guillaume Jullian e o norte- americano Rick Joy.
Todos os profissionais escolhidos emprestam seu talento e experiência a projetos residenciais em um resort em Marbella, a 150 km da capital Santiago, para o qual foram definidas características diretivas harmoniosas com relação aos materiais, vistas e gabaritos.
A primeira etapa já foi finalizada e, dentre outros, congrega residências desenhadas por Cristian Valdez, Jose Cruz e Mathias Klotz. A casa Ocho al Cubo, de Klotz, foi publicada na edição de setembro de 2006 de AU (AU 150). Desta vez, mostramos a proposta desenvolvida por Sebastián Irarrázaval, que projetou uma casa usando concreto, vidro, pedra e, o mais importante de todos os materiais, o puro ar.
O cubo virtual de 300 m2 de Irarrázaval é formado pela ausência de limites. A luz e as sombras são as qualificadoras principais dos espaços e, como tal, permitem diferentes cenários ao longo do dia. Segundo o próprio arquiteto, a casa foi pensada para ser habitada nos finais de semana, ocasião excepcional em que os moradores permanecem nos recintos por mais tempo, e podem aprofundar seu olhar na qualidade do entorno. Essa característica levou Irarrázaval a criar espaços mutantes, integrados e sem limites, de maneira a aglutinarem-se conforme a vontade do observador. "O exterior e o interior confundem-se e são delimitados pela vontade dos habitantes", descreve. Disposta em um terreno em declive, a casa de planta quadrada foi semi-enterrada, com o objetivo de manter livres as visuais do parque e do campo de golfe, uma das premissas do plano diretor do condomínio.
A entrada principal é feita pela porção mais alta do terreno, por uma extensa passarela de concreto. Um espelho d'água retangular cruza o caminho do visitante e ocupa toda a extensão da fachada frontal da casa. O acesso leva a um conjunto de rampas revestidas de mármore travertino e limitadas por uma grande parede de concreto com vazados geométricos que levam ao pátio de acesso. O programa básico organiza-se a partir desse pátio de vidro, onde uma espécie de pergolado de concreto e vidro permite que luz e sombra recebam os visitantes. Nesse espaço, os pilares de concreto que sustentam a laje são dispostos de maneira irregular, feita para parecer aleatória, como árvores em um bosque.
Os ambientes como estar e jantar organizam-se na periferia da planta quadrada, separados do exterior por grandes divisórias de vidro que somem na platibanda de concreto da cobertura. O único volume fechado localiza-se no núcleo do cubo e abriga dormitórios e banheiros integrados por portas de correr. Lá fora, na porção posterior do terreno, uma raia de piscina aguarda sozinha em meio a um jardim sem deck, que, por sua vez, foi colocado estrategicamente sobre a cobertura de concreto.
AU LEITURAS
AU 150 – setembro de 2006 – Casa Ocho al Cubo, de Mathias Klotz, em Marbella, Chile
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